Olho Torto

Thursday, August 10, 2006

Como eu queria ter escrito...

"Mas não se iludam. Não sou nada de especial e disto estou certo. Sou um homem vulgar, com pensamentos vulgares, e vivi uma vida vulgar. Não há monumentos dedicados a mim e o meu nome em breve será esquecido, mas amei outra pessoa com toda a minha alma e coração e, para mim, bastou-me sempre."

(Nicholas Sparks, escritor americano)

Tuesday, August 08, 2006

Filhos de Chocadeira

Tenho a impressão que a maioria das pessoas acha que político é filho de chocadeira. Que é uma espécie à parte, que brota não sei de onde.

Qualquer indício de feminilidade em algum garoto, os pais já ficam em pânico e o colocam na aula de futebol, de caratê, na fono, na psicóloga, ensinam a mexer com as garotas, estimulam gestos tipicamente masculinos, reprimem os femininos... e a lista segue quase que infindável (como se fosse necessário e resolvesse alguma coisa).

E diante da tirania infantil? Chamam a Super Nanny? Pior, não fazem nada (como se não fosse necessário e não resolvesse) e ainda corre o risco de acharem bonito ainda.

E pessoas sem escrúpulos continuam brotando do nada.

Nossos pais ensinam que é feio roubar? Ensinam sim. Tanto que todo mundo ficaria horrorizado se visse um garoto de rua roubando chocolate nas Lojas Americanas.

Como disse um professor meu: "(...) a classe média é uma puta que gosta de dar uma de virgem".

É só abrir a boca pra falar a palavra "político" que meio mundo se arma de "paus e pedras" e começa o escracho verbal.

Mas o que os nossos políticos têm de diferente do restante da maioria esmagadora dos brasileiros?

A meu ver, pouquíssima coisa.

O ser humano é egoísta por natureza, mas em sociedades mais evoluídas isso é minimizado. O brasileiro é muito primitivo (já que é muito mal educado, em todas as suas classes sociais) e, com isso, extremamente individualista.

Nos finais de semana, forma-se uma fila grande de carros para atravessar a aduana Argentina, a cada poucos minutos você presencia os brasileiros furando a fila pelo acostamento.

Outro dia no supermercado, com a desculpa que o estacionamento não estava muito lotado, uma "indivídua" estacionou o seu carro (para não ter que fazer mais de uma manobra) entre duas vagas.

O que isso tem de diferente do que acontece no congresso nacional???

Em um sentindo amplo, para mim, quase nada. Brasileiro gosta de tirar vantagem quando pode... tira vantagem no trânsito, no restaurante, no supermercado, na câmara dos deputados, no senado...

Não existem as máximas de que "todo político é corrupto" e muito menos que "o povo brasileiro é um povo honesto". Não devemos esquecer que, assim como a parte está contida no todo, o todo está presente na parte.

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O grande problema não é que o brasileiro não sabe votar, não sabe se comportar. Primeiro tem que aprender e entender que a realização do seu desejo vai até o respeito do próximo. O resto é conseqüência.

Wednesday, August 02, 2006

Silvana


Gosto muito de contar “causos”, histórias, piadas (qdo eu me lembro), mentiras (vou chamar de estórias que fica mais bonito), filmes... muitas coisas... então vou contar algo aqui. Sempre tem algum engraçadinho que vai dizer: “Então vou contar com vc... 1, 2, 3, 4, 5, 6...”. Mas o que vou contar tem números sim... mas que poucas pessoas podem dizer o que representam e só duas pessoas sabem o que realmente significam.

Observe o conjunto {1, 2, 3, 5, 6, 17, 18, 19, 31, 32, 137, 1979, 1980, 1983, 1997, 1998, 1999, 2000, 2001, 2002, 2003, 2004, 2005, 2006...}

O que é isso??? É uma seqüência de relevância matemática??? Como foi obtido??? É infinita??? Tem limite??? É convergente???

Bom... é um conjunto numérico. Pode até ter importância matemática... quem sabe tem um padrão escondido aí. Mas se tiver, é mais um padrão obtido aleatoriamente (já acharam até códigos “secretos” na bíblia... hoje em dia, através dos super-computadores, se acha padrão em tudo... no atentado ao WTC... e pq não no meu conjunto???).

Foi obtido da seguinte forma:

No dia 5 de junho (6) de 1980, em Frederico Westphalen (RS), nasceu mais uma pessoa no mundo (coitada... rsrsrs). Era Silvana Aparecida Hugue que saia chorando (suponho eu) do útero de sua mãe (foi parto normal... se a criança não chorou, Silvia Hugue deve ter chorado).

Ainda pequenina e loiríssima, sua família se mudou para o Mato Grosso. Primeiramente foram para Nova Xavantina... ficaram lá um tempo e pelo jeito não gostaram.... pq se mudaram para Primavera do Leste (que acho que também não era muito bom). Aí tornaram a se mudar... foram morar num lugarejo chamado Paraíso.

No fundo de sua casa passava um rio que uma vez, depois de fortes chuvas, encheu tanto que chegou perto da porta da cozinha (isso que o barranco do rio era mó alto, hein). Depois se mudaram de novo... voltaram para Primavera (que voltou a não ser tão ruim assim).

Era uma criança que toda mãe queria ter... mas que bem poucas merecem. Era loira... quieta... obediente... inteligente. Aprendeu a ler muito cedo, com apenas 3 anos.

Foi uma criança privada do convívio social com outras crianças. Tão fantástica e tão sozinha. Em 1983 nasceu sua primeira irmã, Giovanna. Agora tinha um pouco de companhia de uma irmã que (com toda certeza) nasceu chorando (de parto normal tb) e continuou chorando durante um bom tempo (ou seja... era uma criança chorona... depois se tornou meio doida... mas isso é outra história).

Como era de se esperar, ia muito bem na escola. Não pq se matava de estudar (pq isso é para os bur... para os id... para os esforçados, vamos dizer assim) mas pq seu Q.I. era de 137.

Já na adolescência, na escola fez amizade com um grupinho que garotos que não eram muito cuzões ou muito manés (pelos menos não eram naquela época ou não pareciam ser), o Carlos, o Geovani, o Dálcio... (molecada que curtia Ramones). Também começou a fazer inglês na Skyline.

Não demorou muito, foi contratada como professora. Também pudera né... inteligentíssima... e ainda com uma facilidade tremenda pra línguas. Deu nisso... professora de inglês.

Com 17 anos comprava seus próprios cd’s do Bon Jovi.

E chegou a hora de prestar o vestibular. Ano: 1997. Na Unb foi relações internacionais (infelizmente não passou... ninguém entende aquela bosta de desvio padrão) e na UEM foi direito (e passou).


Em 1998, se mudou pra Maringá (PR). Que curso mais chato é esse. Odiava o curso... mas prosseguiu. Tinha que trabalhar pra se manter. Trabalhava igual uma “camêla” no C.C.A.A. durante o dia e a noite ia pra universidade (turma 31). Nasceu sua irmã caçula, Katiana.

Com 18 pagava suas próprias corridas de táxi pra não chegar atrasada na escola de inglês.

Na turma 32, conhecia uma tal de Adriana Terezinha. Que conhecia um tal de Frederico Antonio Borges Junior (nascido em 19 de junho de 1979). A Adriana, entre uma aula e outra, apresentou o Frederico pra Silvana. Era um total mauricinho... totalmente o oposto daquilo que a Silvana passava perto. Mas como pessoa educada que era, sempre qdo o via, o cumprimentava gentilmente (pelo nome). Ele, esquecido do jeito que era, a cumprimentava tb mas com um sorriso amarelo de quem nunca se lembra do nome das pessoas a quem é apresentado.


Em 1999, por uma daquelas coincidências mais curiosas do destino, ele se muda pro mesmo prédio dela. O Fred sempre dizia “oi” e saia correndo e a Silvana era uma pessoa que gostava de conversar. Sempre o chamava pra ir tomar uma cerveja ou mesmo pra jogar conversa fora... e ele sempre fugindo. Até que um dia, ele ficou com vergonha de arrumar mais uma desculpa pra não parar pra conversar e aceitou sentar-se na frente do Ed. Canadá para ficar um pouco ali com a Silvana e a Ângela.

Que noite foi aquela... a Ângela foi embora e os dois foram pro apartamento da Silvana e ficaram conversando até quase amanhecer o dia. E várias noites foram assim... Com todas as suas diferenças aparentes, eles se identificavam um com o outro deliciosamente. Nascia ali a amizade mais deliciosa e invejável que alguém pode ter. Tanto que o termo amizade aparece pouco para definir tal sentimento. Clichê isso??? Foda-se quem acha que é clichê... é a amizade mais linda do mundo.

Cheia de brigas... vários desentendimentos... muitas lágrimas (de felicidade, de ódio, de saudade, de ciúmes)... muitos abraços... muitos beijos... muita proximidade... muita distância... muito, mas muito amor.

E assim se foram 2000, 2001, 2002, 2003, 2004, 2005...


E agora estamos em 2006... e o que esse ano reservou para o Fred??? A Silvana vai embora pra Bélgica. Está feliz por ela... que venham o mestrado, o doutorado... Só fica triste pq um número com várias casas vai entrar na seqüência, os milhares de quilômetros que passarão a separá-los.

Entendeu até aqui??? Foi assim...

Qto a ser infinita, a seqüência... isso não é. Irá se cessar qdo os 2 morrerem. Porque basta 1 estar vivo para contabilizar as lágrimas de saudade, qtos já são os dias de solidão, qtas são as noites pensando no outro... Números ainda serão acrescentados enquanto 1 ainda viver.

Qto a ter limite ou ser convergente, isso é papo pra matemático ou pra filósofo... ou só pra mim e pra Silvana.